Novo campo da genética afirma que herdamos as experiências de nossos antepassados através do DNA
Fonte: www.ndig.com.br
Negócio Digital
A história resumida começa assim: um neurologista e um biólogo entram em um bar, tomam um par de tragos e falam superficialmente de suas respectivas linhas de pesquisa, ao sair criaram um novo campo da genética. Isto ocorreu em um bar de Madri a Moshe Szyf
Se este jargão geneticista for árduo para alguns, digamos que Szyf e Meaney simplesmente desenvolveram uma inovadora hipótese enquanto tomavam um par de cervejas: se a alimentação e os químicos podiam produzir mudanças epigenéticas, era possível que experiências como o estresse ou o abuso de drogas também pudessem produzir mudanças epigenéticas no DNA dos neurônios? Esta pergunta foi o ponto de partida para um novo campo no estudo da genética: a epigenética comportamental.
Segundo este novo enfoque, as experiências traumáticas de nosso passado bem como as de nossos ancestrais imediatos deixam uma sorte de feridas moleculares aderidas a nosso DNA. Cada raça e cada povo, assim, levaria inscrito em seu código genético a história de sua cultura: os judeus e a Shoah, os chineses e a Revolução Cultural, os russos e os GULAG, os imigrantes africanos cujos pais foram perseguidos, ou bem uma infância de maus-tratos e pais abusivos, enfim... todas as histórias que possamos imaginar estão influídas por nossos antecessores.
Desde este ponto de vista, as experiências de nossos ancestrais modelam nossa própria experiência de mundo não somente através da herança cultural senão através da herança genética. O DNA não muda propriamente, mas as tendências psicológicas e de comportamento são herdadas: assim, talvez não só tenha os olhos de seu avô, senão também seu bom caráter e sua tendência à depressão ou ao alcoolismo.
Bem como a magia e as terapias psicodramáticas afirmam que para curar uma pessoa é preciso revisar sua árvore genealógica, a genética atual começa a abrir passagem em um novo campo que poderia fazer com que as "maldições familiares" sejam coisa do passado.
Via | Discover Magazine.