Felicidade, construa a sua!

Por: Juliana Tiraboschi

JULIANA TIRABOSCHI
ILUSTRAÇÕES: ZÉ OTÁVIO ZANGIROLAMI

Um olhar positivo
Pesquisas comprovam que ser otimista e agradecer por tudo que acontece à sua volta é fundamental 

 

O modo como encaramos a vida varia de pessoa para pessoa. E muito. Vejamos os relatos a seguir. O norte-americano Randy tinha tudo para ser infeliz. Duas pessoas muito próximas a ele cometeram suicídio: seu pai, quando Randy tinha 12 anos, e seu melhor amigo, cinco anos depois. Após viver sob o mesmo teto com um padrastro com quem não se dava bem, Randy casou cedo e teve uma separação traumática, pois descobriu que estava sendo traído. Mas ele deu a volta por cima, casou-se de novo, adora seus três enteados e se considera realizado.

Já Shannon tinha tudo que podia querer. Aos 27 anos, está prestes a receber o diploma universitário de professora de língua inglesa, tem um namorado com quem planeja morar, uma família estável e muitos amigos. Ainda assim, ela sente-se infeliz. Sofre de falta de autoconfiança, é oprimida pela sensação de que deveria ter escolhido outra carreira e sente-se sozinha e dependente do namorado para tomar decisões.

Terapia do otimismo
Essas histórias são contadas por Sonja Lyubomirsky, psicóloga da Universidade da Califórnia, no livro "A Ciência da Felicidade". Elas levam a uma conclusão: por mais piegas que essa afirmação possa soar, nossa felicidade vem da maneira como encaramos a vida. Ela é, em boa parte, determinada pelo fato de sermos otimistas ou não.

O ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, por exemplo, parece saber disso muito bem. Frases de autoria do homem, como "uma boa cabeça e um bom coração são sempre uma boa combinação"; "sempre parece impossível até que seja feito" e "no meu país nós vamos para a prisão primeiro e depois nos tornamos presidentes", demonstram uma atitude positiva, otimista e bem-humorada em relação às adversidades pelas quais passou, incluindo aí quase 20 anos de cadeia.

Cientistas garantem que o primeiro passo para ser mais feliz é mudar a maneira como você encara a vida: um fracasso é uma tragédia ou oportunidade de aprendizado?

A terapia pode ajudar na busca pela positividade. Na psicoterapia cognitivo-comportamental, por exemplo, terapeuta e paciente examinam os fundamentos irracionais que podem levar alguém a encarar certos acontecimentos de forma negativa. "Ao modificar a maneira de interpretar as situações, é possível alterar as emoções e os comportamentos que decorrem disso", diz o psicólogo Christian Kristensen. "A terapia cognitiva pode até provocar alterações na rede neuronal, por exemplo, quando se trabalha para evitar pensamentos negativos", afirma a neurocientista Silvia Cardoso.

Além disso, segundo Sonja Lyubomirsky, a atitude de gratidão estimula o gosto por experiências positivas e favorece o auto-merecimento e a auto-estima. A própria psicóloga aplica suas teorias na prática. Ela conta que, quando se mudou para a Califórnia, vivia empolgada com a bela paisagem do lugar, até o dia em que se acostumou com o visual da nova morada. Ao perceber isso, passou a reservar momentos do dia para admirar a praia e as montanhas, trazendo de volta à sua vida o bem-estar que esse hábito de gratidão lhe proporcionava.

Ok, a essa altura você deve estar pensando que abriu um livro de auto-ajuda por engano, em vez da Galileu. Daqueles cheios de chavões como "dinheiro não traz felicidade", "a grama do vizinho é mais verde", "o que importa é a beleza interior" e por aí vai. Mas acredite: todas essas afirmações e orientações são baseadas em estudos científicos, realizados por especialistas.

Não se obrigue a ser feliz 
Vale ressaltar: ser otimista não significa forçar a barra para estar alegre o tempo todo. Afinal, a tristeza tem seu papel. "Quando melancólicos, encontramos poderes que não descobriríamos se continuássemos contentes, queremos encontrar novas maneiras de ser felizes", diz Jerome Wakefield, professor de serviço social da Universidade de Nova York e co-autor do livro "The Loss of Sadness: How Psychiatry Transformed Normal Sorrow into Depressive Disorder" (A Perda da Tristeza: Como a Psiquiatria Transformou a Tristeza Normal em Desordem Depressiva, inédito no Brasil). Na ânsia de ser feliz (e por diagnósticos malfeitos), muitos acabam recorrendo a remédios, sobretudo antidepressivos, que só possuem eficácia quando tratam distúrbios. "Esses medicamentos reduzem o afeto negativo patológico, mas não aumentam o afeto positivo", diz o psiquiatra Hermano Tavares.

Conclusão: busque ver o lado positivo, mas não ignore suas melancolias - aceite-as como parte da sua personalidade e do momento que você está vivendo.

MÃOS À OBRA
>>> Ser grato não é apenas dizer obrigada por um presente ou um favor. A definição é muito mais ampla e engloba outros passos descritos abaixo 
>>> O bem-estar não é caracterizado pela felicidade constante, e sim por uma atitude positiva permanente
>>> A felicidade depende principalmente de nosso estado de espírito. Com exceção de circunstâncias extremas, nosso bem-estar é determinado por nossa interpretação dos eventos. Por exemplo: você enxerga um fracasso como uma catástrofe ou como uma oportunidade de aprendizado?
>>> Dê valor. Aprenda a apreciar as coisas maravilhosas da vida, dos amigos a um prato de comida, da natureza a um sorriso
>>> Mantenha um diário e registre momentos ou fatos pelos quais você deve ser grato 
>>> Aceite que emoções como medo, tristeza e ansiedade são naturais. Assim é mais fácil conseguir superá-las
 

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