O Corpo de dor - aprenda a identificá-lo

 

Ao passarmos por determinadas situações as quais consideramos negativas, nosso corpo e mente geram emoções desagradáveis como medo, raiva, tristeza, culpa e outras. Na hora do evento há um pico emocional. Com o passar do tempo a emoção vai diminuindo de intensidade e deveria desaparecer completamente em alguns minutos ou horas. Entretanto, o que ocorre muitas vezes é que um resto emocional de uma determinada situação pode simplesmente não se dissolver e ficar guardado dentro de nós indefinidamente nos causando muitos prejuízos.
 
Imagine uma pessoa que recebeu a súbita notícia de que está sendo demitida. Muitas sensações desagradáveis vão surgir nesse momento: medo do futuro, tristeza, sentimentos de injustiça, talvez alguma rejeição. Passado certo tempo aquelas emoções vão perdendo a força. Depende de pessoa para pessoa a velocidade e profundidade com que isso acontece. Uns rapidamente podem voltar a ficar bem enquanto outros podem demorar dias ou semanas. Mas mesmo depois que já estamos aparentemente bem, pode ainda ter ficado um resto emocional gerado no evento da demissão que não se dissolveu por completo. E essa emoção poderá ser observada meses ou até mesmo anos depois do fato.
 
E como é possível saber se ficou um resto emocional e como observá-lo? A princípio é bem simples. Ao lembrar da situação do passado, ainda surge algum desconforto emocional ou a sensação é de paz cem por cento? Ao trazer à tona a lembrança da demissão surge ainda alguma tristeza, injustiça, mesmo que seja em um nível bem menos intenso? Caso ainda surja qualquer tipo de desconforto, mínimo que seja, significa que uma parte da emoção gerada naquele evento ainda permanece em nós.
 
Mas não seria normal sentir sentimento ruins ao lembrarmos de situações desagradáveis do passado? É normal no sentido de ser algo comum para maioria, mas não é saudável guardar essa negatividade. É preciso ficar claro que tem como ser diferente.
 
Esse resto emocional fica guardado dentro de nós, no inconsciente, causando diversos tipos de problemas. Vamos voltar ao exemplo citado da demissão. Suponhamos que ao lembrar da situação ainda surja um sentimento de injustiça. Isso quer dizer que essa injustiça fica latente dentro da pessoa e o tempo inteiro influencia a forma como ela pensa e age. Ao passar por uma nova situação de injustiça, a reação dessa pessoa será mais intensa por que o sentimento novo acordará e se somará com o antigo amplificando o sofrimento.
 
É possível também que essa pessoa deixe de fazer algo, ouse menos, por medo de sofrer novamente a mesma injustiça do passado. Sua autoestima fica prejudicada com aquele sentimento que não se dissolveu. Seu crescimento profissional poderá ser bastante afetado. Enfim, uma série de consequências negativas ocorrem e na maioria das vezes nem temos consciência de que a causa é uma emoção ou várias que temos e que não foram dissolvidas.
 
A energia dessa emoção guardada será ativada em determinadas situações, e de uma forma sorrateira irá influenciar de forma decisiva o que vamos dizer, pensar e fazer. É como se ficássemos em parte possuídos por uma entidade que mora dentro de nós, uma entidade chamada de "injustiça", "raiva", "medo" o outro sentimento qualquer. É como se essa emoção tivesse vida própria, pois ela cria um mecanismo de sobrevivência e nos usa para se alimentar.
 
A cada nova injustiça, o sentimento de injustiça interior cresce e nossa mente irá gerar mais e mais pensamentos para fortalecê-la. Nossas palavras, pensamentos e reações irão aumentar ainda mais a injustiça. Depois que a situação passar, iremos ainda alimentá-la lembrando do que ocorreu e também contando para outras pessoas o fato. Assim a emoção cumpre seu papel e cresce indefinidamente.
 
Observando de uma forma mais ampla, não temos só um evento onde uma emoção não foi dissolvida cem por cento. Temos centenas. Uns mais intensos, outros menos. E cada emoção funciona como uma pequena entidade dentro nós influenciando de forma contundente nossas ações.
 
Somando todas essas energias não dissolvidas, teremos uma grande entidade formada por emoções negativas. É o que o autor Eckhart Tolle em seu livro "Um novo mundo, o despertar de uma Nova Consciência" chama de corpo de dor. Eu às vezes chamo de carga emocional negativa ou corpo de sofrimento. Podemos chamar também infelicidade interior.
 
Por não termos consciência dessa energia que habita dentro de nós como se fosse uma entidade que deseja crescer cada vez mais, acabamos por permitir que ela nos domine e nos use para esse propósito. O corpo de dor precisa da nossa falta de percepção da sua existência e de seus mecanismos de alimentação para que ele possa prosperar. Uma vez que começamos a identificar a sua atuação é que começa a ser possível não  mais cair em seus mecanismos sabotadores que perpetuam o sofrimento.
 
Vamos supor que você guarde um sentimento de rejeição lá da infância. Essa energia faz parte do seu corpo de dor. Quando ocorrer uma nova situação de rejeição aquela emoção lá do passado virá a tona para se alimentar. Essa emoção vai provocar vários pensamentos negativos que vão energizar ainda mais a rejeição sentida. Assim o sentimento cresce. A situação passa e rejeição volta a ficar escondida esperando novas oportunidades. Essa é uma de suas estratégias de fortalecimento.
 
Mas a rejeição pode se alimentar mesmo que não haja um evento externo. Essa energia começa a criar pensamentos negativos e nós nos deixamos nos levar por eles e assim energizamos ainda mais a rejeição. Ficar lembrando e remoendo de um fato do passado é um exemplo desse mecanismo.
 
Ao tomarmos conhecimento desses processos é possível começar a prática da identificação da ação do corpo de dor. E ao identificar sua atuação fica mais fácil, ou menos difícil pelo menos, deixar de alimentá-lo. Ver a sua atuação é como jogar um holofote de luz sobre ele. O corpo de dor é sorrateiro e precisa da escuridão, da nossa não percepção para atuar livremente.
 
Quando não sabemos de nada disso ele nos manipula completamente pois pensamos que faz parte de quem nós somos. Ao identificarmos sua atuação começamos a entender que é apenas uma energia de sofrimento que está dentro de nós, mas que não faz parte da nossa essência, e que deseja crescer. Observar o corpo de dor atuando e não o alimentar é uma prática que precisamos aprender se quisermos parar de fomentar a infelicidade.
 
Na hora em que a emoção vem a tona e começa gerar sofrimento e pensamentos negativos, dependendo da sua intensidade, sua força pode ser extremamente envolvente e convincente nos levando a um estado de inconsciência, ou seja, um estado de não percepção do mecanismo de alimentação do sofrimento. Quando a emoção é menos intensa, sua força será menor é fica mais fácil observá-la sem alimentá-la.
 
A prática da EFT é uma poderosa aliada para ajudar a dissolver o corpo de dor. Com ela conseguimos dissolver a energia guardada desses sentimentos de uma forma relativamente mais fácil e rápida. Mesmo aqueles sentimentos mais intensos podem ser dissolvidos com a EFT com relativa facilidade. Sempre que a emoção negativa vem à tona, podemos aplicar a técnica e ter um alívio profundo naquele momento. É também muito importante que se faça uma lista de eventos passados que nos incomodam, que ainda tem carga emocional, para que se possa de forma paciente e persistente dissolver essa energia aplicando EFT. Assim o corpo de dor se enfraquece e começaremos a sentir mais paz e felicidade.
 
 
 
Andre Lima
www.eftbr.com.br
 
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